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Ana Beatriz Bartolo

Como escolher a melhor árvore para plantar na calçada

Publicada em Casa.com.br no dia 09 de junho de 2017.

https://casa.abril.com.br/mais-verde/como-escolher-a-melhor-arvore-para-plantar-na-calcada/

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Profissionais indicam quais os cuidados para se plantar uma muda em frente a sua casa

Ter árvores nas calçadas possui tanto um apelo estético quanto ajuda na minimização da poluição do ar. Além disso, elas também são responsáveis por elevar a permeabilidade do solo e controlar a temperatura e a umidade do ambiente. Sendo assim, cada vez mais políticas públicas são implementadas com o objetivo de promover a arborização nas metrópoles, como jardins verticais e revitalizações de praças.


Ao mesmo tempo, uma forma de aumentar o número de plantas em regiões urbanas é com o plantio de árvores nas calçadas. Além de ajudar o meio ambiente, a fachada da casa fica mais bonita com uma muda bem cuidada. Para isso, é importante destacar que em cada cidade há uma legislação própria sobre o tema. A exemplo de São Paulo, o manual técnico da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente aponta que a Lei das Calçadas determina que é uma opção do morador ter ou não uma espécie plantada em frente a sua casa, mas para isso é preciso ter pelo menos 1,9 metros de passeio.

Para trazer dicas sobre quais árvores escolher, conversamos com o paisagista Alexandre Furcolin, do interior de São Paulo, e com o mestre em botânica, pela Universidade de São Paulo, Ricardo Cardim. Confira:


1. As mudas mais adaptáveis

“O ideal é procurar por árvores que correspondam à formação vegetal da região”, defende Cardim. Espécies nativas do bioma crescem com mais facilidade e são mais resistentes às variações climáticas. Segundo Cardim, isso acontece porque elas já possuem adaptações biológicas para viver no local.


2. A questão das fiações

Apesar de algumas cidades já possuírem leis que determinam que os cabos das redes elétrica e telefônica sejam enterrados, isso ainda não é uma realidade em todas as regiões. O paisagista Alexandre Furcolin afirma que onde a fiação é subterrânea, não há problemas em optar por plantas de porte grande, como um ipê. Mas em locais em que isso não acontece, o ideal é optar por árvores de porte médio que não passam dos dez metros quando adultas, como a quaresmeira.


Além disso, elas são mais resistentes a vendavais e chuvas, então as chances delas caírem e causarem estragos são menores. A sua poda também costuma ser mais fácil, o que deve ser levado em consideração já que essa é uma tarefa de responsabilidade das subprefeituras e nem sempre costuma ser um trabalho rápido.


3. Optar por flores ou frutos

As árvores frutíferas podem ser uma opção. Ela atrairá mais pássaros e se tornará uma fonte de alimento orgânico em frente a sua casa. Mas, ao mesmo tempo, é preciso tomar cuidado com os frutos grandes, já que eles podem cair e danificar carros ou machucar alguém que estiver passando no momento. Furcolin diz que o ideal seria plantar árvores com frutos silvestres, como a pitangueira, para evitar que as quedas sejam perigosas.


4. Para evitar que a calçada se quebre

Seguindo a legislação da cidade de São Paulo, por exemplo, o “mobiliário urbano”, como bancos, lixeiras e plantas, precisa estar em um espaço de no mínimo 70 centímetros, sem contar o passeio. Mas Cardim argumenta que “o ideal seria ter 1,5 metros quadrados para que as raízes e o tronco se desenvolvam com qualidade”.


O solo e a espécie escolhida também são fundamentais para evitar que o calçamento quebre quando não há superfície suficiente. Tanto Cardim quanto Furcolin afirmam que as melhores raízes são as do tipo pivotantes. Ao contrários das superficiais e aéreas, as árvores com essa característica apresentam uma única raiz principal mais profunda que fixa a planta no chão.


Porém, isso não fará muita diferença se o terreno não for adequado. Segundo Cardim, o solo compactado também é responsável por fazer com que a raiz destrua a calçada. A opção é retirar a terra arenosa e com entulho, e substituí-la por uma rica em material orgânico e vitaminas. Assim, a raiz conseguirá se aprofundar e garantir a estabilidade da árvore sem interferir no passeio.




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